O candidato Campiol, do partido Novo, participou de uma entrevista no PodCICS Especial de Eleições na quarta-feira, dia 14, com a presença dos veículos Notícias da Aldeia, Seguinte e Agência GBC.
Durante a entrevista, o candidato mostrou inconsistências e falta de preparo ao abordar questões fundamentais para a gestão da cidade. Em relação ao remanejamento de professores após a enchente, por exemplo, ele afirmou que terá "pessoas para tomar decisões", mas não explicou como pretende lidar com a resistência de servidores que relutam em retornar às escolas afetadas.
Entre suas propostas, o candidato mencionou a intenção de retirar veículos alugados, pela prefeitura, mas não apresentou uma solução clara para o impacto dessa medida sobre os custos e a logística dos serviços, propondo utilização de aplicativos de transporte, sendo que os mesmos tem variação na cobrança devido a dinâmica. Ele também sugeriu que não há controle adequado do uso desses veículos, embora os contratos atuais incluam cláusulas de monitoramento por GPS.
Ao ser questionado sobre a relação com a Câmara de Vereadores, o candidato afirmou que pretende "conversar", mas com uma abordagem diferente dos prefeitos anteriores. No entanto, ele não apresentou uma proposta concreta, limitando-se a sugerir que irá "avaliar as indicações" dos vereadores, o que não traz nenhuma inovação em relação à prática já existente na cidade.
Em termos de arrecadação e desenvolvimento, o candidato não apresentou propostas claras. Ele afirmou que sua prioridade é "moralizar" a gestão, mas não explicou como enfrentará os desafios fiscais ou que medidas pretende adotar para impulsionar o crescimento econômico. Também demonstrou desconhecimento sobre os números do município, dizendo que buscará recursos, mas sem indicar fontes ou estratégias para isso.
MELHORES MOMENTOS
Com relação ao combate à corrupção, quando questionado sobre práticas como propina, ele apenas declarou ser "idôneo", mas novamente não apresentou nenhum plano concreto para enfrentar o problema.
Na área da educação, o candidato criticou o que considera um mau uso dos recursos, sugerindo que distribuirá verbas diretamente às escolas. No entanto, ele parece desconhecer a Lei Municipal 5968 de 2015, que já criou a Gestão Compartilhada, permitindo que as escolas municipais recebam recursos para custeio, manutenção e pequenos investimentos, implementada durante o segundo mandato de Jairo Jorge.
Em relação ao IPTU, o candidato criticou os altos valores cobrados sobre terrenos baldios, ignorando que essa política está prevista em lei e visa justamente incentivar o desenvolvimento urbano. Conforme a legislação, terrenos sem construção têm alíquotas mais altas para desestimular a ociosidade e promover o uso eficiente do solo, estimulando novos empreendimentos e melhorias na infraestrutura da cidade. Ele também falou em reduzir os custos com aluguéis de imóveis usados pela prefeitura, mas não apresentou dados sobre a situação atual, nem propôs soluções para realocar as operações municipais, hoje distribuídas por toda a cidade.
Questionado sobre a saúde, ele desviou o assunto, limitando-se a mencionar a demora em exames e consultas, sendo advertido pelo jornalista Marco Leite pela falta de clareza em suas respostas.
Ao final, o candidato abordou o transporte público, alegando que a prefeitura subsidia a empresa concessionária, que por sua vez não paga adequadamente os funcionários. No entanto, suas declarações reforçaram a percepção de despreparo e desconhecimento sobre as leis municipais, fontes de recursos e estratégias necessárias para a reconstrução e pleno funcionamento de Canoas.
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